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domingo, 15 de fevereiro de 2009

Capitulo 16 - Aprendendo Sobre Eu Mesma

A vida na Lawrence eh bastante corrida. Nao que tenhamos vinte atividades para realizar num so dia (..e, as vezes, sim). A verdade eh que, por morarmos na instituicao, as aulas exigem bem mais do que o contexto sala de aula. Aprender numa manha nao eh suficiente -- os professores nos informam os horarios em que estarao nos escritorios deles para que possamos ir discutir assuntos inacabados, ou buscar consultoria em algum projeto ou redacao. Eh uma atitude altamente encorajada por aqui.
Os professores tambem passam muito tempo conversando entre si sobre os alunos. Porque nao basta que voce se saia bem na aula de um... precisa ter o mesmo bom desempenho nas classes de todos os outros. A minha adviser na Lawrence eh a professora Hoffmann, professora de Literatura, e a melhor amiga dela eh a professora Barrett, que foi minha professora de Analise Literaria. Certa vez a professora Barrett contou-me que elas duas ficaram ansiosas quando souberam da chegada de uma aluna brasileira ao departamento de Ingles (a prof. Barrett havia sido aluna de intercambio no Brasil ha muitos anos), e que desde entao conversavam muito ao meu respeito. Sobre o que falam eu nao faco ideia. Mas o fato da professora Barrett ter me dito que elas duas me adoram eh um ponto ao meu favor.
Todo o corpo doscente espera muito dos alunos. No outono conheci o professor Verita, que me encara como uma apaixonada pela Lingua Arabe e lider da turma (...e que reclama se eu atraso algum exercicio); tambem tive o prazer de estar na turma da professora Barrett, que me ensinou a escrever novamente, e apresentou-me a Henry James.
No inverno conheci o professor Peterson, que surpreendeu-me por saber o meu nome. Ele deve ter uns setenta anos, e de constituicao fisica me lembra o meu avo Arnaldo. As aulas dele me fazem refletir acerca de mim mesma muito mais que qualquer outro professor ja conseguiu -- eh como se aos poucos eu estivesse redescobrindo a mim mesma, e ele sabe que eu tenho muito a oferecer. Em O Holocausto vou compreendendo nuances da minha propria cultura, e deitando ideias no papel que possuem um significado maior para mim.
"Voce eh judia?", perguntaram-me mais de uma pessoa apos ouvir-me falar sobre o assunto.
Nao... Ou melhor, parte de mim eh. Sei que tenho parentes distantes em Portugal que sao. Sei tambem que pareco-me com eles. Sei que a minha familia eh originalmente judia. E como eu ainda nao havia parado para sentir esse pedaco de mim? Esta ai a razao para a minha imediata identificacao com Anne Frank, quando aos doze anos a li pela primeira vez e nem ao certo sabia o significado da palavra holocausto?
A cada dia vou aprendendo um pouco mais sobre mim mesma...

Um comentário:

  1. Acho muito interessante esse contato direto com os alunos... por aqui geralmente somos considerados apenas um numero.

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