Nao importa o local, seja la onde voce morar sempre ouvira: mantenha sua porta trancada, por via das duvidas. A licao vale mesmo para as cidades mais seguras, e as instituicoes mais socialmente conscientes, porque existem dias ruins que modificam as mentes mais puras, e tambem imprevistos casos de cleptomania.
Se a minha missao como jornalista eh alertar e influenciar positivamente, o farei. Dessa vez falo por experiencia propria, ignorando nomes e datas deliberadamente. Espero sinceramente que voce leia a seguinte historia, e tire suas proprias conclusoes com a mentalidade esperada de alguem que sabe discernir entre o que eh certo ou errado, ou o que eh inconveniente e o que nao eh.
Como brasileira, se voce me permite o justo uso da minha nacionalidade, de uma cidade grande aprendi a nao confiar em ninguem nem em circunstancias. Aprendi a observar mais, ouvir mais, e falar o necessario dependendo do quao confortavel a situacao era para mim. Fechando-me em mim mesma, segui a mesma regra para minha vida social: olhos sempre abertos, mochilas sempre comigo, portas trancadas mesmo que eu estivesse deixando o ambiente apenas por uns poucos segundos. Talvez eu seja medrosa, mesmo -- mas a minha seguranca eh um bem que cultivo cuidadosamente como um floricultor perfeccionista.
Outro dia estava eu sentada a minha escrivaninha, ja tarde da noite, os fones de ouvido abafando a maioria dos sons externos. Minha mesa, que antes estava na parte sul do meu quarto, virada para a janela, teve que ser mudada para o norte por conta da fiacao da internet, e gracas ao Michael, que empurrou moveis para la e para ca, agora estudo ao lado da minha porta. Se eu tivesse visao de raio-X viria o corredor e os residentes passando ocasionalmente aos seus quartos, seguindo para as aulas, ou simplesmente visitando uns aos outros.
Em determinado momento ouvi sons do lado de fora, mas nao pude discernir o que falavam. Para a minha surpresa, no entanto, vi a porta estremecer como se alguem nela estivesse se apoiando. O meu cerebro parou de ouvir a musica que eu escutava, e a minha total atencao focou na macaneta da porta, que mexeu seguidamente em tentativas frustradas pois, como sempre, eu trazia o meu quarto trancado. Nesses momentos parece que os pensamentos fogem para longe, porque o organismo se prepara principalmente para respostas instintivas; mas assim que o peso sobre a porta afastou-se ruidosamente, meu primeiro pensamento foi:
"Oh my God!!! Paranormal Activity... Zombieland... The Sixth Sense...!!!" -- eu altamente recomendo os filmes citados, os dois primeiros assisti durante o meu winter break e deixou minha imaginacao extremamente agucada.
Quando eu finalmente lembrei que Miss Havisham (o fantasma de uma ex-aluna da Lawrence University) mora no sotao do Ormsby Hall e nao teria razoes para vir assombrar os residentes do Trever Hall, levantei-me da minha cadeira. Ataques de zumbis tambem era uma opcao bastante improvavel, e mesmo com o coracao na mao, abri a porta com ares de quem desafiava seja la quem houvesse tentado abrir meu quarto sem permissao. Erro #1: Eu nao espiei pelo olho magico, o que teria me dado a opcao de (1) enxergar a mascara do Panico parada diante da minha porta; (2) visto um outro olho me espiando de volta; (3) qualquer outra alternativa que voce achar mais assustadora. Erro #2: Quem disse que eu estava em condicoes de desafiar alguem? Todas as tentativas do Michael em me ensinar defesa pessoal mostraram-se frustradas diante da minha pouca tecnica e vulnerabilidade.
Olhei para os dois lados do comprido corredor onde moro, e estavam vazios. Antes que mais fantasmas pudessem vir assombrar minha imaginacao, percebi que uma das portas um pouco adiante estava aberta. Seja la quem houvesse tentado abrir a minha porta, devia ter feito o mesmo com aquele outro quarto. Minhas suspeitavas foram comprovadas: Uma garota fora de si, bebada, encontrara a primeira porta destrancada e entrara no quarto achando ser o seu. Os amigos dela, sobrios, a alertavam de que ali nao era o seu quarto, e no escuro a puchavam do beliche para o qual ela tentava subir. Sorte a dela que os amigos estavam por perto, nao acham?
Como residence advisor do predio a segui por mais alguns minutos observando a serie de encrencas em que ela se meteu por nao saber discernir o mundo em que estava. Finalmente ela foi encaminhada ao proprio quarto, e os amigos ficaram de plantao esperando que ela adormecesse. Novamente, sorte a dela que os amigos estavam por perto. Eu consigo imaginar uma serie de problemas caso ela estivesse sozinha... e voce? Sorte, tambem, de quem mantem a porta trancada.
Eu acho que dessa historia todos podemos aprender importantes licoes: saiba controlar o quanto bebe; e, por via das duvidas, mantenha a porta trancada, afinal de contas nunca se sabe quem pode tentar entrar no seu quarto no meio da noite.
Se a minha missao como jornalista eh alertar e influenciar positivamente, o farei. Dessa vez falo por experiencia propria, ignorando nomes e datas deliberadamente. Espero sinceramente que voce leia a seguinte historia, e tire suas proprias conclusoes com a mentalidade esperada de alguem que sabe discernir entre o que eh certo ou errado, ou o que eh inconveniente e o que nao eh.
Como brasileira, se voce me permite o justo uso da minha nacionalidade, de uma cidade grande aprendi a nao confiar em ninguem nem em circunstancias. Aprendi a observar mais, ouvir mais, e falar o necessario dependendo do quao confortavel a situacao era para mim. Fechando-me em mim mesma, segui a mesma regra para minha vida social: olhos sempre abertos, mochilas sempre comigo, portas trancadas mesmo que eu estivesse deixando o ambiente apenas por uns poucos segundos. Talvez eu seja medrosa, mesmo -- mas a minha seguranca eh um bem que cultivo cuidadosamente como um floricultor perfeccionista.
Outro dia estava eu sentada a minha escrivaninha, ja tarde da noite, os fones de ouvido abafando a maioria dos sons externos. Minha mesa, que antes estava na parte sul do meu quarto, virada para a janela, teve que ser mudada para o norte por conta da fiacao da internet, e gracas ao Michael, que empurrou moveis para la e para ca, agora estudo ao lado da minha porta. Se eu tivesse visao de raio-X viria o corredor e os residentes passando ocasionalmente aos seus quartos, seguindo para as aulas, ou simplesmente visitando uns aos outros.
Em determinado momento ouvi sons do lado de fora, mas nao pude discernir o que falavam. Para a minha surpresa, no entanto, vi a porta estremecer como se alguem nela estivesse se apoiando. O meu cerebro parou de ouvir a musica que eu escutava, e a minha total atencao focou na macaneta da porta, que mexeu seguidamente em tentativas frustradas pois, como sempre, eu trazia o meu quarto trancado. Nesses momentos parece que os pensamentos fogem para longe, porque o organismo se prepara principalmente para respostas instintivas; mas assim que o peso sobre a porta afastou-se ruidosamente, meu primeiro pensamento foi:
"Oh my God!!! Paranormal Activity... Zombieland... The Sixth Sense...!!!" -- eu altamente recomendo os filmes citados, os dois primeiros assisti durante o meu winter break e deixou minha imaginacao extremamente agucada.
Quando eu finalmente lembrei que Miss Havisham (o fantasma de uma ex-aluna da Lawrence University) mora no sotao do Ormsby Hall e nao teria razoes para vir assombrar os residentes do Trever Hall, levantei-me da minha cadeira. Ataques de zumbis tambem era uma opcao bastante improvavel, e mesmo com o coracao na mao, abri a porta com ares de quem desafiava seja la quem houvesse tentado abrir meu quarto sem permissao. Erro #1: Eu nao espiei pelo olho magico, o que teria me dado a opcao de (1) enxergar a mascara do Panico parada diante da minha porta; (2) visto um outro olho me espiando de volta; (3) qualquer outra alternativa que voce achar mais assustadora. Erro #2: Quem disse que eu estava em condicoes de desafiar alguem? Todas as tentativas do Michael em me ensinar defesa pessoal mostraram-se frustradas diante da minha pouca tecnica e vulnerabilidade.
Olhei para os dois lados do comprido corredor onde moro, e estavam vazios. Antes que mais fantasmas pudessem vir assombrar minha imaginacao, percebi que uma das portas um pouco adiante estava aberta. Seja la quem houvesse tentado abrir a minha porta, devia ter feito o mesmo com aquele outro quarto. Minhas suspeitavas foram comprovadas: Uma garota fora de si, bebada, encontrara a primeira porta destrancada e entrara no quarto achando ser o seu. Os amigos dela, sobrios, a alertavam de que ali nao era o seu quarto, e no escuro a puchavam do beliche para o qual ela tentava subir. Sorte a dela que os amigos estavam por perto, nao acham?
Como residence advisor do predio a segui por mais alguns minutos observando a serie de encrencas em que ela se meteu por nao saber discernir o mundo em que estava. Finalmente ela foi encaminhada ao proprio quarto, e os amigos ficaram de plantao esperando que ela adormecesse. Novamente, sorte a dela que os amigos estavam por perto. Eu consigo imaginar uma serie de problemas caso ela estivesse sozinha... e voce? Sorte, tambem, de quem mantem a porta trancada.
Eu acho que dessa historia todos podemos aprender importantes licoes: saiba controlar o quanto bebe; e, por via das duvidas, mantenha a porta trancada, afinal de contas nunca se sabe quem pode tentar entrar no seu quarto no meio da noite.
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