If you've been following my words, thanks a lot. I really appreciated writing Historias da Lawrence University and I definitely learned a lot. Now let me introduce you to my new blog: Rebecca Carvalho. I hope I'll see you there.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Capitulo 24 - Uma Novidade Que Quase Custou As Minhas Notas

Lamento por todos esses dias em que eu passei sem postar uma historia que fosse - mas estive tao doente que mal podia me levantar da cama. Foi exatamente 1 semana apenas ouvindo a chuva na minha janela; ocasionais risos distantes dos alunos caminhando la fora; muita febre e tontura; spray para garganta sabor cereja; e dois pares de olhos azuis identicos sobre mim: As gemeas Britta e Hannah Luteyn, minhas enfermeiras.
Parece que enquanto eu dormia a Primavera veio nos visitar, e trouxe um pouco de calor. Mas certa manha, ao dar uma boa olhada na vida atraves das cortinas, para a minha surpresa encontrei a Lawrence afundada em neve. Estava tudo branco outra vez. E hoje faz tanto frio que a pele do rosto arde e fica de um vermelho intenso pouco estetico.
Mas fui ao medico, e ja estou consideravelmente melhor. Tambem conversei com os meus professores, entao esta tudo (aparentemente) sobre controle para as provas finais, que serao semana que vem. Amanha, por sinal, eh meu teste oral em Arabe - portanto me desejem boa sorte!
A novidade que quase custou minhas notas poderia ter sido a gripe violenta, mas na verdade foi um assunto totalmente diferente. Eu nao sei exatamente se devo informar, porque o fato eh que eh melhor esperar um pouco pelos resultados - porem se der certo vai trazer grandes alegrias para mim, para a minha familia, e para as pessoas que torcem pelas minhas empreitadas.
Parece um pouco injusto colocar dessa maneira, mas vamos esperar, sim? Eu prometo que sera uma boa noticia - ou, pelo menos, eu espero que ela venha. Mas me dediquei bastante; tanto que acabei negligenciando um pouco os meus estudos, mas ja esta tudo se ajustando. Agora eh so torcer pelo melhor!

segunda-feira, 2 de março de 2009

Capitulo 23 - Uma Historia Envolvendo a Policia de Appleton

Como dizem... "Para tudo ha uma primeira vez!". Nao, nao eh o que voce esta pensando -- lamento desaponta-lo, porem nao fui presa, ou arrested por qualquer razao. A historia que contarei hoje, no entanto, apenas tres pessoas conhecem -- ou melhor, quatro: Tamanna, Mya, uma policial de Appleton, e eu.
Ao final de setembro os alunos internacionais ainda estavam bastante perdidos. Literalmente... A gente andava com mapas colados ao nariz. Era facil nos identificar: Nao porque tivessemos tracos diferentes, ou qualquer tipo de sotaque... Os americanos, mesmo eles, tantas vezes podem ser apontados como vindos de outro pais, visto os genes dos ancestrais imigrantes que muitos trazem. O que podia nos identificar, no entanto, eram os mapas fazendo volume nos nossos bolsos e uma eterna expressao de quem acaba de descer na parada de onibus errada (...por falar nisso, ja contei a respeito do dia em que dormi voltando do trabalho e acabei perdendo o ponto de onibus? Essa, no entanto, nao eh uma historia da Lawrence University).
Tamanna, Mya e eu precisavamos ir ao shopping Fox River procurar por alguma companhia de celulares, e tambem comprar utensilios de que precisavamos. No meu caso eu nao estava em condicoes de assinar qualquer plano telefonico que fosse, mas definitivamente precisava comprar calcas pretas que nao fossem jeans -- iria comecar a trabalhar para o departamento de catering da Lawrence, e definitivamente nao tinha calcas e sapatos adequados ao cargo. Nao lembro exatanente do que mais as minhas amigas precisavam, mas recordo vagamente a Tamanna - que eh tao magrinha - reclamando que precisava ir checar o departamento infantil.
Chegar ao shopping, no entanto, era um problema maior do que meu guarda-roupas inadequado. Qual onibus? Onde fica a parada? Quanto custa a passagem? E onde fica o Fox River, exatamente..?
Ora, ora - somos tres garotas crescidas ja morando sozinhas - o que poderia dar errado?
O que poderia dar errado? Essa eh uma pergunta bem interessante. Mal sabiamos nos tres, mas encontrar o Fox River Mall foi uma das maiores sagas da nossa vida. A aventura, no entanto, decidimos guardar apenas entre nos, visto alguns detalhes minimos..:
  1. Descobrir onde ficava a parada de onibus, e em qual onibus embarcar. Para a nossa surpresa nos informaram que precisariamos ir a rodoviaria de Appleton (que fica logo atras da College Avenue, uma caminhada agradavel). Nao parece o tipo de informacao primaria para alguem querendo se locomover? Onde ficava o destino, e qual meio nos levaria ao lugar. Nem sabiamos o basico!
  2. Ja no onibus conversavamos alegremente, embora houvesse uma certa tensao camuflada: Por que cada bloco em Wisconsin parece identico? Cada rua, estabelecimento, esquina... tudo igual! Ouvimos o motorista anunciar que estavamos na market area, o que quer dizer "area de mercado", e o estacionamento do tal lugar parecia tanto com o do shopping (tinhamos o visitado apenas 1 vez, porem num onibus fretado pela Lawrence, e com monitores). Nao sabiamos nos que o tal market area na verdade era Market Area!!! Descemos do onibus, olhamos ao redor... "NAO EH AQUI!!!".
  3. O que fazer? Observamos tristemente o onibus seguir adiante. Perguntamos a uma senhora onde ficava o shopping, e ela disse que na verdade nao estavamos tao longe assim, mas que em termos de caminhada seria um pouco comprida, sim. Fazer o que? Tamanna, Mya e eu decidimos que iriamos, sim, andando...
  4. ...e como andamos! Andamos tanto, em fila indiana, pelo acostamento da rodovia. Nao sabiamos se estavamos seguindo o caminho certo, mas sabiamos que precisavamos chegar ao destino. Riamos da nossa propria sorte, tres garotas perdidas no coracao dos EUA, prometendo jamais passar adiante a historia. "Gente, nao podemos andar por aqui...", eu ia repetindo, e Tamanna rebatia dizendo que nao havia por onde caminhar (nao havia calcada ou coisa parecida).
  5. Um carro policial de Appleton piscou a sirene logo adiante. Como eu previ, parou ao nosso lado. Uma policial sorridente colocou a cabeca para o lado de fora de janela: "Algum problema, garotas?". Sim, todos os problemas do mundo! Descemos do onibus no lugar errado, e agora nao sabemos o que fazer. Estamos andando a horas, precisamos chegar ao shopping, e nao o encontramos! "Oh, voces nao podem andar por aqui. Estao perto do Fox River, na verdade. Eu levo voces ate la". E onde foi parar toda a historia de que nao se deve aceitar carona de estranhos? Ah, e quem liga?!

Chegar ao shopping foi como... como... como encontrar, por exemplo, o cadaver do menino no filme Stand By Me (Baseado no livro The Body, de Stephen King, que eu li quando estava no Colegio Militar).

Esse dia de aventuras veio como uma amostra do que a vida realmente eh: Andamos rumo a um objetivo, e nem sempre sabemos bem como chegaremos la, porem sabemos que precisamos continuar andando. Contanto que nos mantivessemos juntas teriamos forca o suficiente, e fe o suficiente, para seguir em frente. A minha dica, no entanto, eh para que voce mantenha um olho bem aberto para saber em qual parada deve descer... e, hum... nem sempre confie em rostos amigaveis oferecendo caronas - mesmo que no nosso caso tenha dado certo, e tenha sido uma policial, realmente nao ha como saber em quem confiar. E como saber de quem se pode receber ajuda? Nesse caso eu diria que vale a pena confiar nos proprios instintos, e os meus sempre funcionaram bem.

- Eu nunca estive num carro de policia... - disse a Mya, com um ar conservardor assustado.

- E nem fizemos nada! - completei. A Mya olhou para mim, os olhos puxados, e nos duas so pudemos rir uma da outra.

Essa foi a nossa primeira experiencia - e unica, espero - com a policia de Appleton. E entao... vai guardar o nosso segredo?

domingo, 1 de março de 2009

Capitulo 22 - O Meu Maior Receio

Ganhei um novo seguidor! Oops, o Historias da Lawrence University ganhou um novo seguidor -- o que quer dizer que mais e mais pessoas vao lendo os causos que aqui relato acerca da minha vida como aluna internacional. Para comemorar o sucesso (Oi..?!) do blog decidi que deveria dividir com voces tres historias. Em tres posts diferentes, quero dizer.

  1. O meu maior receio quando entrei para o mundo universitario americano.
  2. Uma historia envolvendo a policia de Appleton.
  3. Uma novidade que surgiu entre as paredes da Lawrence e quase custou minhas notas.

Vamos a primeira historia, entao. Alguem faz ideia de qual era o meu maior receio acerca do mundo universitario americano? Hm... Vejamos...

...eu deixei Recife numa sexta-feira logo apos o horario do almoco. A minha familia toda (ou quase toda) estava no aeroporto, e uns amigos dos tempos de Colegio Militar e mIRC (...sim, eu sou do tempo do mIRC!). Voei para o Rio de Janeiro, e de la embarquei a noite para Atlanta. Cheguei bem na terra do Tio Sam por volta das 8:00 da manha do sabado, e aguardei no aeroporto pelo meu voo a Appleton, que deveria sair apenas as 9:15 da noite.

"Atlanta, 13 de setembro de 2008 (sabado)
--> 2:35PM

Ja incrivelmente aborrecida por estar sentada aqui so vendo os avioes chegando. Quero ir para Appleton logo, e poder deitar numa cama, que eh do que estou precisando. Estou tao cansada que nao tenho nem palavras para explicar -- ha alguns minutos quase cochilei aqui mesmo onde estava; acordei apenas com o peso do corpo deslocando para frente. Abri os olhos atonita, mas por sorte nao havia (eu acho) ninguem olhando".

Um trecho do meu diario para explicar o que foi passar um dia inteiro no aeroporto. A experiencia nao foi das piores, no entanto -- ora essa, eu havia acabado de chegar nos Estados Unidos!

O voo para Appleton - WI foi o mais turbulento da minha vida. Havia, literalmente, uma tempestade sobre a cidade, e o aviao chacoalhava da pior maneira possivel entre camadas e camadas de nuvens. Ao meu lado Roy (ainda lembro do nome dele, que foi meu vizinho de assento) tremia de medo, enquanto eu simplesmente ria espiando a janela -- afinal de contas estava chegando, FINALMENTE, em Wisconsin.

Tim Schmidt, da International House, estava me esperando no aeroporto. Seguimos para a Lawrence numa van da universidade, e com ele me explicando sobre a cidade e as atividades da manha seguinte. No escritorio do Tim peguei alguns mantimentos como garrafas d'agua e biscoito, ja que nao havia jantado, e telefonei para casa a avisar que estava bem. Acabei, oops, acordando a minha mae, que em vez de dizer "Tchau, durma bem" ao final da conversa simplesmente disse "Va tomar um banho".

...?!

Sim, fazia sentido, eu passara 1 dia inteiro sem ver a cara do chuveiro... Mas... foi ai que eu lembrei do meu maior temor: Os quartos dos dormitorios nao sao suites! O que quer dizer... sim... voce tem que ir tomar banho num vestiario ou coisa parecida. Nao sou tao pudica assim, mas o pensamento de ter que ir enrolada numa toalha para o banheiro (como normalmente se faz) me aterrorizava mais do que qualquer viagem turbulenta.

Eh verdade que no andar do predio onde eu moro, o Ormsby Hall, so ha garotas -- mas mesmo assim... Sem falar que a circulacao de garotos nao eh proibida, visto que o segundo andar do dormitorio eh masculino.

Ja estava tarde, eu nao sabia o que fazer, e precisava tomar um banho. Coragem, Rebecca... Enfiei uma muda de roupas, toalhas, e produtos de banho numa bolsa larga que ganhei na minha viagem a Minas Gerais, e segui pelo corredor a procura dos chuveiros. Encontrei rapidamente, e entrei rapidamente num deles, fechando a cortina o mais apertado que pude.

Eu estava tao aterrorizada com a ideia de que alguem pudesse entrar no vestiario, que simplesmente tive o banho mais rapido da minha vida. Acho que durou cerca de 5 minutos -- e quem me conhece sabe que esse recorde dificilmente baterei outra vez.

Hoje em dia eh natural tomar banho ouvindo o barulho dos outros chuveiros (e as vezes ate ouvindo algumas alunas cantando, embora nem todas sejam tao boas cantoras assim), e eu sempre me lembro da primeira noite em que os conheci...

...continuo, no entanto, me recusando a ir e vir de toalha. Eu me troco nos chuveiros. E, ah... a bolsa de Minas Gerais eh incrivelmente util!