quarta-feira, 11 de março de 2009
Capitulo 24 - Uma Novidade Que Quase Custou As Minhas Notas
segunda-feira, 2 de março de 2009
Capitulo 23 - Uma Historia Envolvendo a Policia de Appleton
- Descobrir onde ficava a parada de onibus, e em qual onibus embarcar. Para a nossa surpresa nos informaram que precisariamos ir a rodoviaria de Appleton (que fica logo atras da College Avenue, uma caminhada agradavel). Nao parece o tipo de informacao primaria para alguem querendo se locomover? Onde ficava o destino, e qual meio nos levaria ao lugar. Nem sabiamos o basico!
- Ja no onibus conversavamos alegremente, embora houvesse uma certa tensao camuflada: Por que cada bloco em Wisconsin parece identico? Cada rua, estabelecimento, esquina... tudo igual! Ouvimos o motorista anunciar que estavamos na market area, o que quer dizer "area de mercado", e o estacionamento do tal lugar parecia tanto com o do shopping (tinhamos o visitado apenas 1 vez, porem num onibus fretado pela Lawrence, e com monitores). Nao sabiamos nos que o tal market area na verdade era Market Area!!! Descemos do onibus, olhamos ao redor... "NAO EH AQUI!!!".
- O que fazer? Observamos tristemente o onibus seguir adiante. Perguntamos a uma senhora onde ficava o shopping, e ela disse que na verdade nao estavamos tao longe assim, mas que em termos de caminhada seria um pouco comprida, sim. Fazer o que? Tamanna, Mya e eu decidimos que iriamos, sim, andando...
- ...e como andamos! Andamos tanto, em fila indiana, pelo acostamento da rodovia. Nao sabiamos se estavamos seguindo o caminho certo, mas sabiamos que precisavamos chegar ao destino. Riamos da nossa propria sorte, tres garotas perdidas no coracao dos EUA, prometendo jamais passar adiante a historia. "Gente, nao podemos andar por aqui...", eu ia repetindo, e Tamanna rebatia dizendo que nao havia por onde caminhar (nao havia calcada ou coisa parecida).
- Um carro policial de Appleton piscou a sirene logo adiante. Como eu previ, parou ao nosso lado. Uma policial sorridente colocou a cabeca para o lado de fora de janela: "Algum problema, garotas?". Sim, todos os problemas do mundo! Descemos do onibus no lugar errado, e agora nao sabemos o que fazer. Estamos andando a horas, precisamos chegar ao shopping, e nao o encontramos! "Oh, voces nao podem andar por aqui. Estao perto do Fox River, na verdade. Eu levo voces ate la". E onde foi parar toda a historia de que nao se deve aceitar carona de estranhos? Ah, e quem liga?!
Chegar ao shopping foi como... como... como encontrar, por exemplo, o cadaver do menino no filme Stand By Me (Baseado no livro The Body, de Stephen King, que eu li quando estava no Colegio Militar).
Esse dia de aventuras veio como uma amostra do que a vida realmente eh: Andamos rumo a um objetivo, e nem sempre sabemos bem como chegaremos la, porem sabemos que precisamos continuar andando. Contanto que nos mantivessemos juntas teriamos forca o suficiente, e fe o suficiente, para seguir em frente. A minha dica, no entanto, eh para que voce mantenha um olho bem aberto para saber em qual parada deve descer... e, hum... nem sempre confie em rostos amigaveis oferecendo caronas - mesmo que no nosso caso tenha dado certo, e tenha sido uma policial, realmente nao ha como saber em quem confiar. E como saber de quem se pode receber ajuda? Nesse caso eu diria que vale a pena confiar nos proprios instintos, e os meus sempre funcionaram bem.
- Eu nunca estive num carro de policia... - disse a Mya, com um ar conservardor assustado.
- E nem fizemos nada! - completei. A Mya olhou para mim, os olhos puxados, e nos duas so pudemos rir uma da outra.
Essa foi a nossa primeira experiencia - e unica, espero - com a policia de Appleton. E entao... vai guardar o nosso segredo?
domingo, 1 de março de 2009
Capitulo 22 - O Meu Maior Receio
- O meu maior receio quando entrei para o mundo universitario americano.
- Uma historia envolvendo a policia de Appleton.
- Uma novidade que surgiu entre as paredes da Lawrence e quase custou minhas notas.
Vamos a primeira historia, entao. Alguem faz ideia de qual era o meu maior receio acerca do mundo universitario americano? Hm... Vejamos...
...eu deixei Recife numa sexta-feira logo apos o horario do almoco. A minha familia toda (ou quase toda) estava no aeroporto, e uns amigos dos tempos de Colegio Militar e mIRC (...sim, eu sou do tempo do mIRC!). Voei para o Rio de Janeiro, e de la embarquei a noite para Atlanta. Cheguei bem na terra do Tio Sam por volta das 8:00 da manha do sabado, e aguardei no aeroporto pelo meu voo a Appleton, que deveria sair apenas as 9:15 da noite.
"Atlanta, 13 de setembro de 2008 (sabado)
--> 2:35PM
Ja incrivelmente aborrecida por estar sentada aqui so vendo os avioes chegando. Quero ir para Appleton logo, e poder deitar numa cama, que eh do que estou precisando. Estou tao cansada que nao tenho nem palavras para explicar -- ha alguns minutos quase cochilei aqui mesmo onde estava; acordei apenas com o peso do corpo deslocando para frente. Abri os olhos atonita, mas por sorte nao havia (eu acho) ninguem olhando".
Um trecho do meu diario para explicar o que foi passar um dia inteiro no aeroporto. A experiencia nao foi das piores, no entanto -- ora essa, eu havia acabado de chegar nos Estados Unidos!
O voo para Appleton - WI foi o mais turbulento da minha vida. Havia, literalmente, uma tempestade sobre a cidade, e o aviao chacoalhava da pior maneira possivel entre camadas e camadas de nuvens. Ao meu lado Roy (ainda lembro do nome dele, que foi meu vizinho de assento) tremia de medo, enquanto eu simplesmente ria espiando a janela -- afinal de contas estava chegando, FINALMENTE, em Wisconsin.
Tim Schmidt, da International House, estava me esperando no aeroporto. Seguimos para a Lawrence numa van da universidade, e com ele me explicando sobre a cidade e as atividades da manha seguinte. No escritorio do Tim peguei alguns mantimentos como garrafas d'agua e biscoito, ja que nao havia jantado, e telefonei para casa a avisar que estava bem. Acabei, oops, acordando a minha mae, que em vez de dizer "Tchau, durma bem" ao final da conversa simplesmente disse "Va tomar um banho".
...?!
Sim, fazia sentido, eu passara 1 dia inteiro sem ver a cara do chuveiro... Mas... foi ai que eu lembrei do meu maior temor: Os quartos dos dormitorios nao sao suites! O que quer dizer... sim... voce tem que ir tomar banho num vestiario ou coisa parecida. Nao sou tao pudica assim, mas o pensamento de ter que ir enrolada numa toalha para o banheiro (como normalmente se faz) me aterrorizava mais do que qualquer viagem turbulenta.
Eh verdade que no andar do predio onde eu moro, o Ormsby Hall, so ha garotas -- mas mesmo assim... Sem falar que a circulacao de garotos nao eh proibida, visto que o segundo andar do dormitorio eh masculino.
Ja estava tarde, eu nao sabia o que fazer, e precisava tomar um banho. Coragem, Rebecca... Enfiei uma muda de roupas, toalhas, e produtos de banho numa bolsa larga que ganhei na minha viagem a Minas Gerais, e segui pelo corredor a procura dos chuveiros. Encontrei rapidamente, e entrei rapidamente num deles, fechando a cortina o mais apertado que pude.
Eu estava tao aterrorizada com a ideia de que alguem pudesse entrar no vestiario, que simplesmente tive o banho mais rapido da minha vida. Acho que durou cerca de 5 minutos -- e quem me conhece sabe que esse recorde dificilmente baterei outra vez.
Hoje em dia eh natural tomar banho ouvindo o barulho dos outros chuveiros (e as vezes ate ouvindo algumas alunas cantando, embora nem todas sejam tao boas cantoras assim), e eu sempre me lembro da primeira noite em que os conheci...
...continuo, no entanto, me recusando a ir e vir de toalha. Eu me troco nos chuveiros. E, ah... a bolsa de Minas Gerais eh incrivelmente util!